Estrella Galicia Festival promoveu a integração da música flamenca com a MPB
A boa música transcende fronteiras, possibilita a união de culturas, a fusão de ritmos e a descoberta de novos sons. Para estimular esse intercâmbio cultural, Estrella Galicia – marca de cerveja criada em 1906 na Espanha -, promoveu o Estrella Galicia Festival, projeto que reuniu artistas consagrados do flamenco como Jorge Pardo, Javier Colina, Pepe Habichuela, Josemi Carmona e Bandolero em parceria com Filipe Catto, jovem talento da MPB.
O resultado desta parceria se pôde conferir na apresentação única no dia 18 de novembro, quarta-feira, às 21 horas, no Tom Brasil, em São Paulo. No evento, o público teve a oportunidade de ouvir as fusões do flamenco com jazz e MPB, que resultam em sons interessantes e inusitados.
O Brasil é o primeiro país das Américas a receber o O Estrella Galicia Festival. A escolha não aconteceu por acaso, o País, é um dos mercados estratégicos para a expansão da cervejaria Hijos de Rivera – responsável pela produção da marca Estrella Galicia desde 1906 -, além de ser reconhecido como um importante polo de cultura e música mundialmente.
“A música brasileira e o flamenco são reconhecidos em todo o mundo e os talentos se renovam. Como uma marca que alia tradição e inovação, a Estrella Galicia quer valorizar o melhor das duas culturas com este evento, além de se aproximar do público brasileiro”, contava Fábio Rodrigues, diretor geral da Estrella Galícia no Brasil.
Os artistas do projeto Estrella Galicia Festival
Pepe Habichuela – Nascido em Granada, uma das mecas do flamenco e reduto dos Habichuelas – uma das famílias mais importantes desta arte -, é sem dúvida um dos guitarristas mais talentosos do flamenco na atualidade. Sua história com o flamenco iniciou-se com o avô, conhecido como “Old Habichuela” e com José Carmona, seu pai e seus irmãos Juan, Carlos e Luis.
Contemporâneo de Paco de Lucia, Camarón, Enrique Morente e Manolo Sanluca, Habichuela estrelou com eles a renovação do flamenco na década de 70 e abriu caminho para a geração do chamado novo flamenco, que inclui seus filhos e sobrinhos. Guitarrista inovador, Habichuela participou de gravações e projetos relacionados ao novo flamenco e realizou colaborações com outros músicos de diferentes tendências, como o trompetista americano Don Cherri e com o músico britânico Nithin Sawhney e Chandru.
Jorge Pardo – Um estudioso e apaixonado pelos diversos estilos musicais, Pardo é um dos precursores na integração do jazz com o flamenco e foi um dos principais parceiros do músico Paco de Lucia – principal nome do flamenco mundial -, falecido em 2014. Juntos, se apresentaram durante anos em turnês internacionais. Os trabalhos de Pardo mesclam com perfeição os dois ritmos. O talento de Pardo pode ser conferido em projetos como “Sextet”, em parceria com o amigo Paco de Lucia; “Live in Montreaux” com Nana Caymi e Wagner Tiso; “Huellas” (2012) e “Huellas XL”, em parceria com a Big Band Flamenca. Em 2013, foi reconhecido pela Academia du Jazz Francesa como o músico europeu do ano por seu álbum “Huellas” e por sua trajetória ao longo de trinta anos expressando sua própria linguagem e musicalidade.
Javier Colina – Considerado um dos melhores contrabaixistas do cenário atual, Colina foi um autodidata. Sua trajetória musical inclui parcerias com nomes consagrados do jazz como George Cables, Tete Montoliu, Chucho Valdés. No flamenco, colaborou com nomes como Tomatito, El Bola, Pepe Habichuela, Diego El Cigala. Colina também fez uma parceria musical com os cubanos Compay Segundo, Pancho Amat e Bebo Valdés e gravou o disco “Si te contara”, onde mescla jazz com sons cubanos. Seu último trabalho é “En la imaginción”, com a cantora catalã Silvia Perez Cruz, uma revisão de clásicos da música cubana.
Josemi Carmona – De uma familia de músicos flamencos é um compositor que utiliza sua trajetória no flamenco para criar e sintetizar diferentes estilos com o flamenco e criar suas próprias obras e musicalidades, que nunca passarão despercebidas por quem as ouvem.
Bandolero – Iniciou sua carreira acompanhando os bailarinos de flamenco Antonio Canales e El Grilo. Entrou para a companhia de Joaquin Cortes e a partir daí, realizou apresentações nas principais casas de espetáculos internacioanais como Radio City Music Hall, Ópera House e o Royal Albert Hall. Suas colaborações com os melhores nomes do flamenco e do jazz e a participação no grupo de percussão Echegaray, mostram que ele é um dos pilares do flamenco atual.
Filipe Catto – O gaúcho de 27 anos busca sua essência por meio de sons e temas que o aproximaram da música quando criança. Ainda menino, cantava em bailes e festas com o pai. Na adolescência, participou de algumas bandas com influências de rock. Em 2006 iniciou sua carreira solo, até emplacar a música “Saga” na trilha sonora da novela Cordel Encantado, em 2011. No mesmo ano, gravou o seu primeiro álbum: “Fôlego”. Em 2015, Catto lançou Tomada, seu segundo álbum de estúdio